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A visão do homem em Chiara Lubich
Quem tem pena de sua morte lenta?
E quem estreita ao próprio coração o coração desesperado?
Meu Deus, faze que eu seja no mundo o sacramento tangível do teu Amor; do teu ser Amor: que eu seja os braços
teus que estreitam a si e consomem no amor toda a solidão do mundo. (Lubich, 2003, p. 123-124)
O desígnio originário para o homem, revelando-se como desígnio de comunhão com Deus, com o seu semelhante e com o universo inteiro, portanto, como desígnio de unidade entre a Criação
e o Incriado, apresenta-se no seu altíssimo real cumprimento: habitar, por amor, em Deus e ser por Ele habitado; assemelhar-se,
com o amor, a Deus e ser Nele transformado.
Trata-se de uma visão ousada que não anula a realidade humana, mas a exalta ao máximo, a ponto de Chiara dizer: “Tu és, aqui
na terra, o Amor perfeito” (Idem, 2007, p. 153).
Em caminho para a unidade
E há ainda mais. Quando essa dinâmica do amor, que é anulação de si para entrar até o fundo no coração do outro, para “fazer-se
um” com o outro, compartilhando tudo da sua condição (cf. 1Cor
9,22), for vivida por várias pessoas reciprocamente, então a mesma
corrente de amor que existe em Deus começa a correr livremente
entre elas, de modo que cada uma percebe que existe com o outro,
que vive pelo outro, até ser um no outro. Essa corrente de amor,
irradiando-se para a humanidade ao redor, gera por toda parte comunhão, unidade. Porque – como afirma Chiara – “o amor é um
fogo que consume os corações numa fusão perfeita”. Ela escreve:
Se o teu olho é simples, quem olha por ele é Deus. E Deus
é amor, e o amor quer unir, conquistando. […]
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