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manhã, aquele sacerdote ortodoxo, Aleksandr Mien, cujo corpo
agora estava preparado para retornar à terra, fora assassinado em
uma rua de Semkhoz, pequena cidade da periferia de Moscou, a
caminho da igreja onde celebraria a liturgia. O assassino, até hoje
não identificado, esmagou-lhe o crânio com um golpe de machado.
Mas o sangue do padre Aleksandr era idêntico ao sangue dos profetas
da Antiga Aliança e, justamente como um profeta importuno, fora
varrido do caminho. Seus funerais realizavam-se naquela manhã de
outono, no mesmo dia em que se celebrava a liturgia da decapitação
de João Batista, profeta que pagou com o sangue o preço por não
fazer concessões, por não calar a verdade…
O Autor
Aos 22 de janeiro de 1935 nascia em Moscou padre Aleksandr
Mien, filho de pais judeus sem fé. A mãe, atraída pelo cristianismo
desde a infância, fez-se batizar junto com o filho de poucos meses.
Aleksandr, ainda menino, possuía um espírito profundamente religioso e uma vocação precoce para o sacerdócio. Contudo, só seria
ordenado depois de concluir os estudos superiores de biologia. Desde
o início do seu ministério sacerdotal, padre Aleksandr reuniu à sua
volta um número cada vez maior de intelectuais moscovitas: escritores,
músicos, atores, poetas, filósofos, artistas… Tornou-se assim ponto de
referência obrigatório para a intelligentsia russa. Serguei Averintsev,
um dos pensadores contemporâneos de maior destaque, definiu-o
como “o missionário da tribo dos intelectuais”.
Biblicista de renome e homem de cultura vastíssima, Aleksandr Mien redigiu, a partir da década de Sessenta, uma obra em
diversos volumes sobre a história das reli