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A aproximação destes judeus do mundo helenístico despertou em muitos pagãos o interesse pela religião de Israel. Sua rejeição da idolatria, a moralidade sadia, o vivo sentimento religioso renderam-lhes as primeiras conversões. As palavras dos profetas afirmando que os povos pagãos um dia haveriam de se voltar para o Deus da verdade, do bem e da justiça, começavam assim a se realizar. Em diversos lugares, a palavra “judeu” passou a designar mais a confissão religiosa do que a prerrogativa étnica. Assim, no século II a.C. e sobretudo no século I a.C., os prosélitos, isto é, aqueles que haviam abraçado o judaísmo, surgiram copiosos em diversas regiões do Império Romano. Muitos deles se haviam convertido, influenciados pelos escritos de Sibila, vidente grega. Na realidade, este nome era um pseudônimo usado pelos missionários judeus no Egito. Eles anunciavam o fim do mundo como castigo divino, pois o povo caíra em poder dos ídolos e dos déspotas. Corria de boca em boca a notícia de que um homem destinado a se tornar senhor dos povos viria da Judéia. Enquanto isso, o poder mundial concentrava-se sempre mais nas mãos dos romanos. A transformação de Roma em um império já começara por volta do ano 200 a.C., após a vitória definitiva sobre o seu mais temível adversário, a cidade de Cartago. Mas a potência militar revelara-se fatal para a ordem republicana da própria Itália. A esta altura, eram demasiadas as terras que deviam ser mantidas submissas, e o exército se tornara por demais influente para que as estruturas democráticas da gestão do Estado se sustentassem. À força de promessas, coações e corrupções, os diversos ditadores haviam frustrado pouco a pouco a maior parte das liberdades políticas. A república já estava sufocada e Roma ia de vento em popa em direção à tirania. Depois da guerra civil e do terror dos sanguinolentos anos 30 a.C., Otaviano Augusto, sobrinho-neto de Júlio César, não teve dificuldade em implantar o regime absolutista. Segundo Tácito, Augusto, «fazendo-se chamar de cônsul e, aparentemente, satisfazendo-se com o poder de tribuno para defender os direitos do povo, primeiro conquistou o favor do exército com diversas dádivas, o da gente simples com a distribuição de pão, e o de todo 38