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revoltaram contra ele, quão forte era neles o poder das antigas superstições. Mas o profeta não cedia, nem quando pensava já ter perdido a partida. E o seu zelo não foi em vão. A religião da Aliança transformou-se naquela raiz firme da qual brotaram a força espiritual e a unidade do povo. Moisés era ainda vivo quando os israelitas começaram a penetrar no país de Canaã, nome que na época designava a Palestina. Após sua morte, grande parte deles atravessou o rio Jordão e conquistou com as armas todo o país. Cumpria-se assim o sonho de muitas gerações: morar na “terra de Abraão”. A tribo de Judá estabeleceu-se na região montanhosa do Sul do país, enquanto as demais povoaram o Norte. Mas logo os israelitas, filhos do deserto, encontraram-se de novo na condição de vencedores que se devem submeter aos vencidos, do ponto de vista cultural. A civilização dos cananeus, semelhante à fenícia, já atingira um alto grau de desenvolvimento para aquela época, mas a sua religião conservava ainda a antiga crueldade. Eles realizavam sacrifícios humanos, cultivavam o rito da imolação de crianças e praticavam a prostituição sagrada. As festas ligadas à fecundidade eram seguidas de ritos sensuais e orgias. Sob a influência do povo em cujo meio devia viver, Israel não demorou a perder a própria característica espiritual. A veneração de Baal e das outras divindades rurais dos cananeus começou pouco a pouco a fazer parte do costume religioso dos camponeses hebreus. Como diz a Bíblia, «os filhos de Israel se afastaram de JHWH, seu Deus». Por volta do ano 1100 a.C., soldados provenientes das ilhas do Egeu desembarcaram no litoral cananeu. Eram os filisteus, povo que já dominava o segredo da fusão do ferro. Em pouco tempo, eles impuseram o seu poder ao país que, em seguida, recebeu justamente deles o nome grego de Palestina. Os israelitas e os cananeus, que só possuíam armas de bronze, não conseguiram opor-se aos ocupantes. Passara meio século antes que vissem no jugo estrangeiro um castigo divino pela apostasia de Israel. Surgiram, então, pregadores que exortavam todos a retornarem à fé dos seus pais. Eles despertaram as forças do povo e chefiaram a insurreição contra os filisteus. 26