Preview dos produtos 5693d7e617cdb057579125pdf | Page 22

O comandante romano cometeu tal profanação movido por uma curiosidade irresistível: circulavam boatos bastante estranhos sobre a religião dos judeus. Alguns diziam que existia no Debir uma estátua de ouro representando a cabeça de um burro; outros, ao contrário, sustentavam que ali era mantido segregado um homem, condenado a ser sacrificado em holocausto… Por isso, os ocupantes não podiam resistir à curiosidade. O que se escondia realmente naquele lugar secreto? Que surpresas inauditas o misterioso Oriente reservava aos povos do Ocidente!… Num silêncio carregado de ansiedade, o pesado véu foi descerrado e… o estupor de Pompeu e dos seus oficiais ultrapassou qualquer limite. Eles esperavam ver ali alguma coisa extraordinária, pelo menos uma imagem, lindíssima ou horrenda. Mas o Sancta Sanctorum era vazio. Habitado pelo Invisível… Tomados por um estranho assombro, mesclado a um terror supersticioso, os romanos abandonaram o lugar sagrado, temendo até roçar aquilo que seus olhos viam. Mas aqueles romanos certamente ficariam ainda mais maravilhados se soubessem que, naquele dia, a sorte os colocava face a face com uma religião destinada a ser o berço de uma doutrina que conquistaria o Oriente e o Ocidente, a Hélade de mármores brancos e a sua própria Roma. Em que esta religião se diferenciava das demais? Para responder a tal pergunta, deve-se partir de muito longe. No instante em que a primeira centelha do intelecto reluziu no interior do homem, ele logo percebeu a realidade de uma força superior que abrange toda a criação. Para os caçadores primitivos, era natural identificar esta força com aquilo que hoje denominamos natureza. Por isto, desde a noite dos tempos, os homens procuraram,