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faz penetrar no seu mundo interior, nos impulsos de sua alma de
verdadeiro homem, em suas dúvidas, alegrias, decepções, esperanças
e temores. Jesus é apresentado como o filho de Maria, carpinteiro
de Nazaré, homem de seu tempo e judeu de seu tempo. Dele, padre
Aleksandr nos revela o caráter, os costumes, os sentimentos, com o
garbo de escritor. Contudo, jamais falta ao narrador a discrição diante
do mistério de Cristo. Com absoluta nitidez, o livro revela a divindade
de Jesus, da descrição dos milagres à morte e ressurreição. A diatribe
de Jesus com o clero da Antiga Aliança é claramente provocada, segundo padre Aleksandr, pela declaração aberta de Jesus de que ele é
o Filho unigênito do Pai, de que é “um” com o Pai.
É exatamente por este equilíbrio surpreendente em apresentar a figura de Cristo que esta história não é mera e documentada
narração, mas uma meditação sobre o Deus feito homem. É difícil
estabelecer se é a natureza divina, ou a humana, a mais sublinhada
e exaltada na pessoa de Jesus. O Autor alcançou uma harmonia
admirável, um equilíbrio que induz o leitor à meditação.
A tradução
Nos últimos decênios, os estudos de teoria da tradução literária multiplicaram-se em todo o mundo. A partir, principalmente,
das teorias semióticas de estudiosos russos, como Roman Jakobson
(particularmente no artigo “Aspectos lingüísticos da tradução”),
e Iuri Lotman (em Estrutura do texto literário), desenvolveu-se
uma nova disciplina que tem como propósito de estudo a história,
a teoria e a prática da tradução literária. Em 1976, em Louvain,
durante um encontro internacional de lingüistas, historiadores da
literatura e tradutores, este novo campo do saber foi denominado
em inglês Translation Studies.
Uma das que se podem considerar aquisições da tradução
literária moderna é o princípio segundo o qual as opções fundamentais de um tradutor devem ser determinadas pelo destinatário
da tradução (ou seja, pelo leitor de determinada cultura) e pela
finalidade a que se propõe a obra traduzida. Esta finalidade, que não
se deve jamais opor à finalidade da obra original, pode ser distinta
desta última e complementar a ela.
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