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Nós, os excluídos
Moradores da favela
Faz dezoito anos que vivo na favela da Coréia,
periferia de São Paulo. Quando vim aqui tinha só
uma filha; agora tenho mais oito. Em casa, três
trabalham (o marido e dois filhos). Isso não dá
para viver; então a gente pede a Deus para que
Ele melhore cada dia a nossa vida. Graças a Deus,
parece que eu tenho um dom de Deus: quando
estou sem nada, de repente aparece alguma coisa
para mim. Por isso, tenho que agradecer a cada
minuto da minha vida. Quando vim aqui, era tudo
barro, a gente pegava a água no poço; também as
casas eram todas de tábua. Depois começamos a
luta para colocar a água, a luz e o esgoto. E conseguimos. Aos poucos nós, moradores, começamos
a construir de material e agora tem muito menos
casas de tábua. Nossa igrejinha era de tábua; depois
construímos a capelinha e agora temos também o
Centro Comunitário. E ali vão todas nossas realizações, todos nossos sonhos. Houve no passado
um período de muita violência; com a gente nunca
teve, mas houve mortos. Agora não; tudo está mais
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