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E assim transcorreram esses dias incomuns que ele passou conosco. Certamente, entre as coisas que minha pobre memória tem presente do que foi compartilhado com Alberto, está registrada uma história difícil, de muito esforço e também de dor para seguir seu caminho de total entrega. Cumpria-se nele o que acabo de ler no livro Ideal e Luz, de Chiara Lubich: “E quem sofre e está na escuridão enxerga mais longe do que quem não sofre, exatamente como é necessário o Sol se pôr para que se vejam as estrelas. O sofrimento ensina aquilo que não se pode aprender de nenhuma outra maneira. Ele ocupa a mais alta cátedra. É mestre de sabedoria e quem possui a sabedoria é bem-aventurado (cf. Pr 3,13). ‘Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados’ (Mt 5,5), não só com o prêmio na outra vida, mas também com a contemplação de realidades celestes já na Terra”1. Alberto tinha essa sabedoria, descobria o que as pessoas possuíam de bom e as necessidades delas. Dizia eu, no princípio, que aquilo que todo dia acontece de bom em nossa vida é preciso reconhecer, receber e agradecer a Deus. Agradeço o privilégio daquele tempo compartilhado com Alberto, pessoalmente e em nome da comunidade, que foi enriquecida por sua atitude de serviço constante e esforçado, por haver lançado a semente do carisma do Movimento dos Focolares nesta diocese de Tacuarembó. E como o que fazemos sempre grita muito mais forte do que o que dizemos, o tipo de morte que Alberto sofreu torna possível que seu grito pela saúde integral de todos os homens – 1 Lubich, C. Ideal e luz. São Paulo: Brasiliense - Cidade Nova, 2003, pp. 135-136. 8