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Uma carona para a vida
sentado ao lado dele, lá embaixo do umbuzeiro de tronco majestoso,
mais parece uma escultura, e seus galhos se alongam como querendo
nos proteger do sol. Mas proteger não somente as pessoas, também
os passarinhos e qualquer ser vivo que nele se abrigar.
O vovô toma chá-mate, e eu fico olhando e sigo cada sorvo como
se eu também estivesse tomando. Na minha idade, não me deixam.
Gosto da fala dele, lenta e serena. Modula as palavras, saboreando
cada uma como se fossem cigarros de palha; e seus contos têm esse
típico sabor antigo, distante e caseiro. São sempre os mesmos; no
entanto, sempre me parecem novos, como pão quentinho acabado
de sair do forno. Devoro as suas histórias com a minha imaginação
sem limites.
Também papai Antonio é bom, querido por todos. E como trabalha! Quando eu crescer, não sei se vou ser gaúcho como ele, porque,
na verdade, eu gostaria de estudar… E, além disso, nunca entendi
bem por que ele tem de se afastar tanto da gente. Meu avô diz que
aqui n