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do que desesperada: acreditava-se que eu estivesse morto. De fato, o povo ofereceu muitas missas de sufrágio por mim. Mas Deus sabe escrever certo por linhas tortas. E dessas missas por um defunto frutificaram muitos anos de vida. Hoje, ao concluirmos o nosso retiro, estou profundamente comovido. Exatamente vinte e quatro anos atrás, dia 18 de março de 1976, vigília da festa de são José, fui transferido da solitária em Cay-Yong , para ser submetido a um terrível isolamento na prisão de Phu-Khanh. Vinte e quatro anos atrás, jamais teria imaginado que um dia, exatamente na mesma data, concluiria a pregação de um retiro no Vaticano. Vinte e quatro anos atrás, ao celebrar a missa com três gotas de vinho e uma gota d’água na palma da mão, nunca teria pensado que o Santo Padre hoje me ofertaria um cálice dourado. Vinte e quatro anos atrás, jamais teria imaginado que hoje, festa de são José do ano 2000, o meu sucessor consagrasse exatamente no lugar onde vivi, numa solitária, a mais bela igreja no Vietnã, dedicada a são José. Vinte e quatro anos atrás, jamais esperaria poder receber hoje de um cardeal uma consistente ajuda para os pobres daquela paróquia. Deus é grande, e grande é o seu Amor! A Jesus, a Maria, a José, ao Santo Padre, a todos os senhores, irmãos e irmãs caríssimos, às inúmeras pessoas que, no mundo inteiro, rezaram por nós nestes dias, como em um único e grande cenáculo, manifesto o meu mais profundo agradecimento. E por isso tudo, adoro a epifania da misericórdia divina. João Paulo II autorizou-me a publicar essas meditações. Tenho certeza de que a carta assinada por ele é a mais bela introdução. 18 de março de 2000 François Xavier Nguyen Van Thuan – 16 –