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Na Luz do Pai
nossas línguas de modo apenas parcial e inadequado.
Não é sem motivo que, na tradição cristã e dos Padres
da Igreja, Moisés é considerado o grande modelo do
conhecimento de Deus, porque pôde falar-lhe como a
um amigo e vê-lo, ainda que de costas.
Hoje, o impronunciável nome JHWH é traduzido
normalmente como “Eu sou aquele que sou”, evidenciando sobretudo o ser absoluto, transcendente, santo de
Deus. Mas, na verdade, na linguagem comum significa
também “Eu sou aquele que está a teu lado”, “Eu sou
aquele que te liberta” (estamos de fato no contexto do
êxodo e da libertação da escravidão no Egito). E significa
também “Eu sou aquele que estará contigo”, com uma
promessa de companhia cada vez mais plena.
Um terceiro momento, enfim, é o dos profetas e da
fase apocalíptica — de Isaías a Daniel —, quando o Deus
de Moisés foi sendo reconhecido mais profundamente
como o senhor e o criador de todo o universo, como aquele
que conduz a história de todos os povos rumo a um desígnio de salvação e que, misteriosamente, quer intervir
para instaurar seu próprio reino, como reino de justiça e
de paz, no meio dos homens.
Que novidade acrescentou a essa “fotografia” o
testemunho de Jesus Cristo dado pelos Evangelhos?
A relação que Jesus tem com a revelação de Deus
no Antigo Testamento é, evidentemente, muito estreita.
A novidade é que Jesus se apresenta concretamente,
não só com palavras mas também com gestos de salvação,
como aquele por meio do qual se realiza a vinda do Reino de Deus. E isso pode acontecer porque Cristo vive e
comunica uma experiência de extraordinária comunhão
com Deus, testemunhada intensamente pelos numerosos
momentos de oração — que marcam profundamente a