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Na Luz do Pai
Isso é afirmado apenas sobre o homem e a mulher,
querendo significar que a criação deles teve o próprio
Deus como modelo; portanto, eles apresentam-se como
um espelho da divindade. Segundo toda a tradição interpretativa judaico-cristã, eles se caracterizam pela liberdade e pela inteligência. Ao mesmo tempo, a pessoa é o
ser que se encontra “diante de Deus” — pois a imagem
está diante daquele que ela representa — e, portanto,
é chamada a entrar em relação com Deus, a ouvir a sua
palavra, a responder e a dar-se a ele.
Pensando na história do universo, que as ciências já se
acostumaram a ver como uma realidade dinâmica, imagino
o momento em que, pela primeira vez, brilhou a centelha da
consciência. Gosto de pensar na surpresa do homem quando percebeu em si a capacidade de transcender o universo
em que vivia, para colocar-se em contato com aquele que
é a origem de tudo. E gosto de pensar também no próprio
Deus, que, embora tendo previsto em seus desígnios essa
criatura capaz de entrar em comunhão com ele, certamente
deve ter experimentado uma indizível surpresa no momento em que, pela primeira vez, recebeu, neste universo por
ele criado, a resposta da pessoa humana.
Um Deus “de homens”
Engenhoso relojoeiro ou hábil arquiteto, excelso
matemático ou artesão tapa-buracos, jogador de dados ou
ilusionista: as inúmeras definições de Deus correspondem
às diversas fases em que a humanidade procurou focalizar
sempre melhor sua figura. É possível tentar uma síntese
esquemática das imagens que o homem propôs em sua
reflexão sobre o criador do mundo?
Se traçarmos um quadro sintético, poderemos
identificar cinco fases principais no desenvolvimento da