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Na Luz do Pai
nos aproximar do mistério absoluto, mas é Deus que se
abre a nós e nos fala. De maneira que o conhecimento
de Deus que vem da teologia é uma atividade que não se
fundamenta somente no fato de Deus ter criado o homem
capaz de conhecê-lo e de reconhecê-lo, mas também no
fato de que ele quis manifestar-se, mostrando-lhe seu
próprio rosto na pessoa de Jesus Cristo.
Nesse sentido, todas as ciências que — embora
de modos diferentes — se ocupam de Deus têm extrema importância. Elas têm fundamento, porque partem
de uma realidade e de uma experiência não abstratas
e, em seguida, explicitam o sentido mais profundo da
nossa existência e tocam-nos profundamente. Por isso,
podemos tranqüilamente afirmar, concluindo, que uma
existência, uma cultura e uma sociedade autenticamente
humanas, se não considerarem o conhecimento de Deus,
acabarão por perder seu princípio vital mais original,
mais dinâmico.
Feito esse esclarecimento, podemos dizer, sem receio
de sermos desmentidos, que pelo menos a palavra “Deus”
existe, mesmo se depois as opiniões se dividem sobre o significado atribuído ao termo e se ele corresponde a alguma
coisa real. Um historiador verificou que, nos seis mil anos
desde que o homem começou a se comunicar inclusive
por escrito, não há nenhuma língua em que não apareça
um vocábulo para designar o conceito de “potência sobrehumana”. Podemos, então, concordar com a afirmação do
teólogo Karl Rahner de que a peculiaridade que distingue
a espécie humana das outras criaturas é a consciência da
existência de um poder externo e superior?
O que Rahner disse certamente tem fundamento.
Em primeiro lugar, porque isso se constata na base da
história das religiões e das civilizações, as quais docu-