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De manhã, é um estresse contínuo com minha filha. Digo a ela: “Levante! São sete horas.” E ela diz que está com sono, bufa e não se mexe enquanto não a arranco da cama. Quando digo “Lave pelo menos o rosto”, ela me olha com uma cara de tonta que me dá nos nervos. Diz: “Hã…?” e se esquece do tempo na frente do espelho, fazendo caretas. Depois, é um deus-nos-acuda: “Vista-se!… Ande!… Venha tomar café que já é tarde!…” Sentada à mesa, parece absorta no ritual de adoração ao café com leite e conta os cereais um por um. Eu tenho de estar no trabalho dali a meia hora e já estou à beira de um ataque de nervos. Depois, no último minuto, quando estamos para sair, ela grita para mim: “Cadê meus sapatos?!” E toca a procurar o par de sapatos: “Onde você os largou?” “Hã?… sei lá!” E lá vou eu, para ir mais depressa, olhar embaixo do sofá e embaixo das camas… De repente, ela berra desesperada: “Eu precisava hoje de manhã, sem falta, de um caderno grande de folhas quadriculadas. Por que você não comprou?” Olho para ela, incrédula: “Como é que eu podia saber! Você não me disse nada!” Não tem jeito de convencê-la de que não é culpa minha e encerro a conversa com um “Vamos passar na papelaria… se você se apressar”. Finalmente, descemos para a garagem, e ela lembra que não pegou o lanche. Deixo a irmãzinha menor berrando no carro e subo de novo para abrir a casa. Sinceramente: amo a minha filha, mas às vezes tenho vontade de dar umas guarda-chuvadas na cabeça dela!… Outro relato, com tons mais dramáticos: Realmente, não aguento mais os meus filhos. 20 • amor demais AMOR DEMAIS FINAL.indd 20 4/25/14 3:43 PM