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A prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança possibilitam avaliar se o amor é de fato autêntico ou se é uma fraude. As virtudes salvaguardam a autenticidade do amor e conservam seu mistério. Com efeito, também na relação educativa não pode haver, antes de tudo, amor sem prudência, a virtude da objetividade, que permite avaliar com realismo o caráter dos filhos e suas motivações. Ela leva a “enxergar os filhos como eles são”, inclusive em seus aspectos decepcionantes. O bem pressupõe o verdadeiro, e uma leitura distorcida dos comportamentos dos filhos predispõe para atitudes educacionais erradas. É inevitável que um pai ou uma mãe se pergunte: Por que meu filho faz isso? Como devo compreender tal comportamento? É decisiva a chave de leitura usada para entender por que o filho, por exemplo, não se dedica aos estudos ou por que sempre se nega a fazer o que lhe é pedido. Algumas explicações sobre por que a criança não se liga aos coleguinhas, atrapalha nas aulas ou quer estar sempre com a razão podem não corresponder à verdade, por não querermos “enxergar” alguns aspectos pouco agradáveis do filho. Uma coisa é estar convicto de que o professor não o entende e não sabe como tratá-lo, outra é compreender que o filho está propenso a fazer tudo sempre da própria cabeça e a ser prepotente com os outros. É difícil ter uma visão objetiva dos próprios filhos, ter uma compreensão realista deles, não filtrada pelos próprios medos nem deformada pelas próprias necessidades. A melhor maneira de ajudar os filhos a crescerem bem é conhecê-los como realmente são. É determinante uma compreensão correta das dinâmicas afetivas deles, para que a trama de suas vidas adquira coerência e se torne compreensível. A prudência lembra que não existe amor sem verdade. 14 • amor demais AMOR DEMAIS FINAL.indd 14 4/25/14 3:43 PM