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Assim, a disponibilidade para estar ao lado, ajudar, ir ao
encontro das necessidades dos filhos, deve ter um limite, uma
medida. Muitos pais deduzem que existe um “ponto” invisível, mas real, que não deve ser ultrapassado. “Acho certo eu
me comportar dessa forma” – afirmam muitas vezes – “mas…
até certo ponto”. Desde sempre, o bom senso percebeu a
presença de um limite, de uma cumeeira além da qual não
convém aventurar-se.
Ajudar demais os filhos nas lições de casa, por exemplo,
não concretiza o seu bem; faz-se necessária uma medida. Se
você está explicando a Odisseia ao seu filho pela décima vez e
ele vira a cabeça para não perder o desenho animado a que o irmãozinho está assistindo, é evidente que não se pode continuar.
Estar sempre disponível quando o filho chama, inclusive
quando chama por nada, sem que nunca se diga a ele “Espere, agora não posso!”…, não torna a relação mais equilibrada
nem os filhos melhores.
O amor exclui o que é “demais”. Nos comportamentos
inspirados pelo amor, o excesso é o indício de um limite, de uma
fraqueza afetiva que deve ser investigada para recuperar aquele sentido de limite que garante a autenticidade do querer bem.
Não existem mães que amam demais, mas se elas se julgam assim, é oportuno que se questionem as motivações que
as impelem a ser dedicadas “demais”, presentes e anuladas
“demais”, recuperando para o amor aquele sentido de medida
que atesta a sua autenticidade.
Até o próprio modo de amar pode ser curado dos medos e das fraquezas psicológicas que não o tornam capaz de
realizar aquilo que mais interessa aos pais: cuidar para que os
filhos cresçam bem, saudáveis e livres.
A virtude da temperança lembra que a falta de limite tem
o som de uma moeda falsa e que amar de verdade é substancialmente diferente de amar demais.
introdução •
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