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Além disso, o amor não pode ser autêntico sem justiça, a
virtude que exige o respeito à reciprocidade.
Como alguém que não reconhece nem respeita os direitos dos outros pode dizer que quer o bem do outro? Ou que vê
somente as próprias necessidades e quer tudo para si sem dar
nada? Ou que apresenta contínuas reivindicações e se justifica
ao ter os mesmos comportamentos que condena nos outros?
Logo se intui a incompatibilidade entre tal atitude desrespeitosa
e pretensiosa e a capacidade de querer bem a alguém.
O amor autêntico requer força e firmeza nalgumas medidas educativas segundo o bem da educação real do filho,
ainda que elas não sejam entendidas ou que demandem uma
árdua luta contra as próprias fraquezas afetivas. O bem do
filho deve prevalecer sobre o desejo de “agradá-lo” ou sobre
os sentimentos de culpa, ou ainda sobre alguns aspectos do
próprio caráter que impedem de agir em conformidade com o
verdadeiro interesse de educar. Honra-se então a virtude da
fortaleza.
Nalguns casos, é mais fácil ceder do que dizer não, lutando contra medos e resistências afetivas que enfraquecem no
íntimo a capacidade de fazer o que é certo. Pelo bem do filho,
é necessário deixar que ele faça algumas experiências, embora
fosse preferível, por exemplo, tê-lo ao próprio lado e a salvo.
A força é uma dimensão constitutiva do amor. Sem a
fortaleza, a pessoa seria incapaz de pagar o preço (ou seja, o
esforço psicológico) que perseguir o bem dos outros exige, minando sua autenticidade na raiz. Quando um pai ou uma mãe
faz concessões a seu filho naquilo com que não concorda, por
medo de este considerá-lo “mau” ou por se sentir culpado
diante dele, personifica-se um amor fraco e doentio.
É necessária uma luta dura e íntima contra as próprias
fraquezas afetivas para conseguir amar autenticamente