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ARTIGO EM DESTAQUE / FEATURED ARTICLE
Mas o que pensará a indústria sobre todas estas mudanças? Será que é fácil colocar estas acções em prática? Estarão já a adoptar medidas nesse sentido?
Fomos saber a opinião de algumas empresas sobre este assunto.
O Design Circular já é um conceito bem definido pela nossa indústria, a qual entende que é necessário "criar produtos duradouros, que possam ser reutilizados ou facilmente reparados, minimizando assim o desperdício e o impacto ambiental". É da opinião de todos que esta tendência está a crescer, não só pela "consciencialização crescente acerca dos problemas ambientais, como também pela legislação lançada por entidades políticas e governamentais, que nos exige a ser mais responsáveis e a tomar certas medidas para promover a circularidade dos produtos", como refere a BEGOLUX. Embora possa ser um grande desafio para muitos sectores e empresas, esta mudança de pensamento pode atrair, também, novas oportunidadea de negócio. A WONDERLIGHT acredita que a "consciência ambiental cresce e os consumidores estão à procura de produtos que sejam mais sustentáveis e empresas mais ecologicamente conscientes. O Design Circular vem propor uma abordagem inovadora para a produção, promove a economia de recursos e a redução dos resíduos. Além disso, pode também criar novas oportunidades de negócios e incentivar a colaboração entre empresas".
Mas será fácil definir estratégias e colocar acções em prática?
Os desafios ao longo de todo o processo são imensos, mas "dependendo da complexidade do produto e do processo de produção, pode ser necessário repensar o design, os materiais utilizados, as embalagens e a logística". As nossas empresas acabam por ter alguma vantagem, pois utilizam matérias-primas diversificadas e muitos destes materiais são resistentes, duráveis e fáceis de reciclar, como são os casos da madeira, do alumínio, da cortiça, dos tecidos, da cerâmica ou do vidro (utilizado pela CRISBASE), "existe uma larga percentagem de desperdício resultante da produção das nossas peças que volta a ser reutilizada na composição usada para produzir novo vidro. Ou seja, temos a vantagem natural que o vidro sempre nos ofereceu". Para além dos materiais, ainda são criadas peças versáteis que se podem enquadrar em vários ambientes, peças personalizáveis pelo cliente para minimizar o desperdício de recursos e a acumulação de stock, utilização de tecnologia LED que permite a reparação das luminárias sem danificar as peças e já existe uma sensibilização para escolher fornecedores que partilhem dos mesmos valores, tal como é ainda mencionado pela S. BERNARDO, VALDITARO e PAULO COELHO.
As empresas querem ser um elemento activo e participante nesta nova realidade e estão comprometidas em continuar a explorar e a implementar soluções que aprimorem a eficácia do design circular.