Portuguese Lighting Magazine Issue 19 | Page 13

Não poderíamos falar dos 25 anos da AIPI sem mencionar a motivação de cada um dos Presidentes e a visão de cada um deles sobre o sector de iluminação. Cada um carrega a sua própria experiência, cada um deu de si a esta Associação e TODOS fazem parte da NOSSA história.

Quisemos perceber o que levou mais de 20 empresas do sector de iluminação decorativa a reunir-se, em Leiria, em 1997, para se definir a criação de uma Associação representativa do sector.

Todos foram unânimes, o sector precisava de apoio, não conseguia exportar e não tinha acesso às normas Europeias após a adesão de Portugal à Comunidade Europeia em 1988. O Sr. José Ferreira disse que “na altura a burocracia era muito complicada e as autoridades Portuguesas não estavam preparadas para esta mudança. Apesar de haver boa vontade, a resistência era muita, logo não era suficiente”.

O Sr. José trabalhava na NERLEI e as empresas com quem contactava sentiam tantos entraves diários que resolveu tomar a iniciativa de falar com vários fabricantes de iluminação e expor o problema, estava decidida a criação de uma Associação do sector. O apoio inicial da NERLEI e a adesão à CELMA (Federação das Associações Nacionais de Fabricantes de Luminárias e Componentes Electrotécnicos na União Europeia) “ajudou nos interesses da AIPI que passou a ser uma voz activa em Bruxelas e começava a ser conhecida na Europa e no mercado”.

Foi com alguma comoção na voz que o Sr. Modesto Castro nos agradeceu o convite para a entrevista e nos congratulou por estes 25 anos de existência. Mostrou-se imensamente grato por estarem integrados nesta Associação e por fazerem parte da nossa história. Referente à questão colocada disse que “a nossa intenção zelava por acrescentar valor ao grupo e a todos os envolvidos assim como trazer benefícios internos”.

Mas afinal, quais eram as reais dificuldades que o sector atravessava?

Tal como o Sr. Castro referiu, “as maiores dificuldades até à data, prendiam-se com o facto de não existir know-how na exportação dos produtos. Era algo rudimentar e com a criação desta Associação, as empresas juntas conseguiram dar um passo em frente nesta matéria”.

Totalmente de acordo com esta visão está o Sr. José que ainda acrescenta “a falta de mercado, pois estavam muito dependentes do mercado nacional, e a falta de conhecimentos técnicos e normativos. Havia, ainda, imensa dificuldade na elaboração de catálogos e na participação em feiras”.Acrescentou também que não havia a Marcação CE tal como a conhecemos hoje, mas sim a norma EN598. Foi no início de 2000 que a CELMA conseguiu que se criasse a Marcação CE, uma marca europeia.

"(...) não queremos fazer mais do mesmo, queremos inovar e enriquecer o mundo da iluminação e do design de interiores."

ENTREVISTA / INTERVIEW

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