Portugese - Mental health and gender based violene 2019 | Page 157

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PARTE III : TEORIA
Todas essas constituem alternativas diferentes . A primeira e mais importante tarefa de um ( a ) ajudante psicossocial é cuidar das necessidades imediatas da mulher , e ver quais avaliações e tratamentos são fornecidos .
Denunciando e documentando
Documentar , relatar e denunciar alegações de tortura ou maus-tratos e outras violações pesadas dos direitos humanos são elementos-chave na luta para prevenir e punir abusos dos direitos humanos . Esses são atos importantes . Na ausência deles , instituições governamentais e jurídicas não podem responsabilizar os agressores pelos crimes .
Denunciar ou prestar queixas às autoridades ou outras instituições , ou documentar sinais de maustratos , são , na verdade , ações diferentes de fornecer ajuda e cuidados , e devem ser tratadas separadamente .
Um ( a ) ajudante deve tomar bastante cuidado ao apresentar a questão de denúncias . Se uma mulher traumatizada escolher essa opção , o ajudante deve indicar a ela outra pessoa que possua competência para dar apoio nessa área . O ( A ) ajudante deve claramente se separar desse trabalho específico . No treinamento , nós vimos que as ajudantes da Mulher Borboleta se separaram desses esforços .
Ao mesmo tempo , talvez seja adequado um ( a ) ajudante fornecer formas específicas de assistência para uma ( um ) sobrevivente que escolher denunciar o seu caso para um corpo jurídico ou investigativo apropriado . ( Ver abaixo ).
Dois caminhos
Após sérios abusos aos direitos humanos , duas formas de política podem ser adotadas . Uma abordagem separa rigorosamente procedimentos investigativos de procedimentos de cuidado . A outra separa procedimentos investigativos de provisões de cuidado mas reconhece que certas informações médicas podem ficar à disposição de processos investigativos e jurídicos dado que a sobrevivente concorde com o compartilhamento de tais documentos . As duas abordagens são similares , mas não devem ser misturadas e devem ser consideradas separadamente .
Abordagem Um : política de separação rígida .
• Sobreviventes têm o direito a receberem apoio e auxílio .
• O apoio e ajuda que elas recebem é formalmente e completamente diferente de denúncias .
• O direito de receber apoio psicológico , médico e tratamento é similarmente distinto de denúncias , e estes não são vinculados de jeito nenhum .
• O auxílio e assistência nunca devem depender ou estar vinculados , em nenhuma forma , à denúncia ou julgamento de crimes .
• Sobreviventes possuem o direito de ficarem caladas . Elas têm o total direito de decidir se elas querem ou não denunciar ou discutir suas histórias , fazer acusações contra aqueles que cometeram o abuso , ou dar quaisquer outros passos a respeito do abuso sofrido ou dos agressores .
Abordagem Dois : Uma política de separação que permite usar certas informações em condições específicas .
• Uma mulher que expressa a vontade de denunciar abusos contra ela ou as pessoas que ela ama tem o direito de receber orientação sobre onde ela deve ir e com quem deve falar .
• Em particular , ela tem o direito de receber informações sobre quais autoridades e instituições são aptas a receber relatos de abuso .
• Assistentes psicossociais ou funcionários da saúde não têm competência para registrar denúncias de abuso para propósitos jurídicos ou outras investigações , e também não é apropriado que eles recebam tais denúncias .
• Se uma mulher decidir denunciar abusos contra ela , registros médicos e psicológicos podem ser disponibilizados para corroborar provas obtidas , se assim quiser a mulher em questão .