Portugese - Mental health and gender based violene 2019 | Page 73

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Gatilhos ( recordações do trauma ) e flashbacks ( continuação )
ENUNCIADO
Objetivo . Entender o comportamento de pânico exagerado das ( os ) sobreviventes de trauma que vivenciam flashbacks .
Treinador ( a ). Seguem algumas palavras introdutórias antes de seguirmos adiante com a história . Nossos mecanismos de sobrevivência asseguram que nós só precisamos ter uma experiência perigosa uma vez para aprender que passamos por algo perigoso . Nós temos respostas evoluídas que nos fazem ficar alertas rapidamente quando defrontados com objetos ou situações que lembram experiências perigosas que nós tivemos . Uma parte anciã de nosso cérebro ( a amígdala ) nos alerta de qualquer coisa que lembre um perigo ou trauma passado . Isso significa que nossos corpos reagem ou ficam alarmados quando nos aproximamos de algo perigoso ou algo que lembra uma pessoa , objeto , ou experiência que foi perigosa para nós no passado . Nós operamos de modo a generalizar aquilo que vivenciamos . Então , se uma mulher é ferida por um homem de olhos azuis , todos os homens de olhos azuis , ou até mesmo todos os homens , podem subsequentemente despertar medo e ansiedade nessa mulher .
Quando nossos mecanismos de sobrevivência são ativados , as áreas do cérebro que lidam com o pensamento , planejamento e reflexão são ‘ desligadas ’. Já que só uma parte limitada está processando o que está acontecendo , podemos reagir quase automaticamente a uma ameaça . E quando memórias traumáticas são ativadas , o cérebro entra em modo de emergência , até se não corremos perigo de fato . Isso explica o comportamento de pânico exagerado de sobreviventes de trauma que estão vivenciando flashbacks . Note como a Mulher Borboleta reage quando suas memórias traumáticas são ativadas .
PARTE II : O TREINAMENTO
Em seus exames e tratamentos médicos , a Mulher Borboleta sentiu-se mais preparada . Quando memórias do estupro entravam em sua mente , ela olhava em volta e dizia para si mesma o que estava vendo . Ela segurava firmemente a pedra que se encaixava em sua mão . E a enfermeira vinha dizendo gentilmente : “ Você está segura aqui no hospital . Você está recebendo ajuda . Você é uma mulher forte . Você está se saindo muito bem . Você está realmente fazendo o que praticamos juntas . Eu estou orgulhosa de você . Você pode ficar orgulhosa de si mesma também ”. A Mulher Borboleta sentiu que ela podia ter um pouco de orgulho .
Depois disso , ela voltou ao centro de reabilitação . Ela se sentiu calma depois de passar algum tempo lá . Seus braços , pernas e costas sentiam-se mais fortes , e seu coração sentia-se mais leve . Ela sorria e conseguia pensar com mais clareza . Isso a deixou bem aliviada .
Um dia , quando ela sentiu o seu coração leve , ela foi ao mercado . Mas chegando lá , ela avistou alguns soldados , e , como se um raio a tivesse atingido , ela entrou em pânico e fugiu para o centro médico . Ela sentiu como se tudo estivesse acontecendo de novo , como se um filme estivesse passando em sua cabeça . Sempre que ela via um soldado , ela sentia a mesma coisa , as memórias invadiam sua cabeça , e ela perdia o controle . Depois de algum tempo ela ficou com medo de quase todos os homens . A reação dela era fugir ( Sintomas de hipertensão e ansiedade ). Alguns dias depois , ela esbarrou acidentalmente em um homem que andava atrás dela . Ela sentiu-se presa porque o caminho era estreito e , antes dela perceber , tinha esbarrado com força nele . O som dos passos dele a lembraram dos estupradores . Ela não conseguia pensar , apenas reagir .
Quando ela voltou ao centro de saúde , ela estava com medo e pânico e , de repente , perdeu toda a sua energia . Ela se sentiu como um zumbi e tentou dormir . Ela perdeu a força em seus braços e pernas e não conseguia pensar claramente . Ela não conseguia sorrir . Ela sentiu tristeza e confusão . Ela estava com medo de enlouquecer . Passaram-se alguns dias até que ela ficasse melhor a ponto de participar novamente de qualquer atividade .
INTERVALO 15-20 MINUTOS .