Portugese - Mental health and gender based violene 2019 | Page 29

20 12 . Habilidades de comunicação
PARTE I : PONTOS DE PARTIDA

12 . Habilidades de comunicação

Objetivo . Estabelecer elementos de comunicação que podem criar um ambiente confiável para o aprendizado .
Sobreviventes da VG geralmente hesitam em falar sobre suas experiências . Contudo , pessoas frequentemente sentem-se melhores quando têm a oportunidade de falar e serem ouvidas . Tentar reprimir os sentimentos ou manter-se em silêncio , ou evitar , ignorar e negar tristeza emocional e dor pode causar muito estresse e até desconforto físico . Antes de tudo , um ambiente confiável que promove relações respeitosas entre o ( a ) ajudante e a sobrevivente é essencial . O ajudante deve tomar a iniciativa de tratar a todos , incluindo as sobreviventes , com respeito e igualdade . Ajudantes não são bem-vindos por se chamarem ajudantes : Você deve adquirir a confiança da sobrevivente pela sua conduta . Ela deve se sentir confortável o bastante tomar o risco de ser honesta . Em primeira instância , as pessoas falam de seus problemas apenas de uma forma superficial .
É importante certificar-se de que , mesmo em treinamento , tudo que for dito é estritamente confidencial para membros do grupo e não deve sair do recinto .
Ao trabalhar com uma sobrevivente ou grupo de sobreviventes
• Uma boa forma de começar é explicar por que você escolheu trabalhar nessa área e sua origem cultural . Descreva como sua cultura enxerga e reage a VG .
• Seja empático : comunique que você deseja compreender a situação da sobrevivente .
• Faça contato visual , quando lhe parecer apropriado , e dê plena atenção à sobrevivente . Não se deixe distrair .
• Faça perguntas abertas : elas estimulam a comunicação terapêutica , pois a sobrevivente deve articular em palavras o que ela deseja falar .
• Respeite as ideias e o espaço pessoal da sobrevivente ; se ela não desejar compartilhar , não insista .
• Certifique-se de que ela esteja confortável com o espaço físico entre vocês . Pergunte a ela como você deve se posicionar na sala .
• Se você achá-la difícil de compreender , chame um facilitador cultural que possa identificar os desentendimentos causados por diferenças culturais ou tradução .
• A todo momento , seja bastante sensível para que a sobrevivente sinta-se o mais confortável e segura possível .
• Certifique-se de que os acordos feitos com o grupo ou indivíduo foram compreendidos . Se necessário , repita-os de formas diferentes para garantir que todos entenderam ; dê a outra pessoa a chance de lhe corrigir caso você não a tenha entendido .
Sobre a escuta
Escute o que a outra pessoa está dizendo ; use também comunicação não verbal . Peça ao seu facilitador dicas sobre as diferenças culturais , depois escute cuidadosamente como a interlocutora usa palavras quando ela descreve a situação e seus problemas , e use as palavras dela ao invés de termos técnicos . ‘ Escute ’ em diferentes níveis : as palavras dela ; o som da sua voz ; sua postura e linguagem corporal ; o que ela não diz ; seus silêncios . Absorva o que ela diz , ‘ ouça ’ os sentimentos dela . Apesar de você escutar com empatia e compaixão , nunca presuma que sabe o que o outro sente .