Portugal Guia Portugal | Page 15

Dicas Algarve Algarve Tavira Foi neste local que surgiu a cidade romana de Balsa no séc. I a. C., no caminho entre Ossonoba (Faro) e Baesuris (Cas-tro Marim), desen- volvendo-se aí a pesca e a salga de peixe. Com uma localização geo- gráfica privilegiada, entre a serra algarvia e o curso do Rio Gilão, foi também o local eleito pelos mu- çulmanos para se esta-belecerem entre o séc. VIII e XIII, dando-lhe o nome ´Tabira´, origem do actu- al Tavira. No entanto, não existem provas conclusivas sobre se Balsa e Tabira eram a mesma povoação. A Reconquista Cristã chegou a Tavi- ra em 1242 com D. Paio Peres Cor- reia, um cavaleiro de Sant´Iago. Dois anos depois, o rei D. Sancho II doou estes territórios à Ordem para reor-ganização e povoamento. Ainda no séc. XIII, reforçaram-se as muralhas e o Castelo e construiu- -se a Igreja de Santa Maria.O perí- odo de grande expansão da cidade começará no séc. XV, depois da Conquista de Ceuta em 1415, que iniciou a era dos Descobrimen-tos. Tornou-se então um importan- te porto piscatório e de apoio aos exércitos e armadas que defendiam a costa portuguesa e as cidades costeiras conquistadas no Norte de África. Foi também porto de exportação de peixe salgado, fru- tos secos, vinho e outros produtos. Em 1489, o rei D. João II residiu aqui durante alguns meses e, em 1520, foi elevada a ci-dade por D. Manuel I. Estas presenças reais re- flectiram-se no enriquecimento do património e na expansão da cidade. Ao longo das margens do rio estabeleceram-se as famílias mais humildes enquanto o centro foi escolhido pelas famílias nobres, que assim ficaram perto do poder político instalado no Castelo. A Igreja da Misericórdia permanece como testemunho desta época. No séc. XVII, Tavira continua a ser o grande pólo comercial do Algar- ve. Data de então grande parte do pat-rimónio cultural, revelando também a influência do poder re- ligioso. Ain-da hoje podemos visi- tar 21 igrejas na cidade, de entre as quais se de-stacam a Igreja de São Paulo, a Igreja de Santo António, a Igreja do Carmo e a Igreja de São Francisco.Durante o séc. XVIII, Tavira perde o poder económi- co que recupera apenas no século seguinte devido sobretudo à pes- ca do atum e à indústria das con- servas. Em Tavira, importa ainda destacar as casas tradicionais que se encontram na parte, com as suas portadas de reixa e os telha- dos “de tesoura”. As portadas de reixa são feitas de ripas de ma- deira e permitem o arejamen-to mesmo com as janelas e postigos das portas fechados. Os telha- dos “de tesoura” são constituídos por pequenos telhados de quatro águas, correspondendo cada um a uma divisão da casa. “Tesoura” é o nome que se dá ao cruzamento das traves em que os telhados as- sentam.Além do interesse históri- co, um dos grandes atractivos de Tavira é o seu património natural. O Rio Gilão, que banha a cidade, conduz-nos até ao mar, onde en- contramos a Ilha de Tavira, ex- tenso areal com 11 km paralelo à costa e que integra o Parque Na- tural da Ria Formosa. Estas praias de águas tranquilas e areia branca são das mais apreciadas na costa algarvia. As ligações entre Tavira e a Ilha são feitas por carrei-ras (junto ao Mercado da cidade ou no sítio de Quatro Águas) e por barcos-táxi, de acordo com o esta- do do tempo e a disponibilidade. Não deixe de visitar Cacela Velha.