O grande objetivo desta manifestação foi mostrar a luta ativa pelo fim da desigualdade salarial, o fim da violência, e o fim de muitos estereótipos ainda hoje ligados às mulheres. Apesar de estarmos no século 21 e as mulheres já terem conquistado muitos direitos, a luta está longe de ter terminado. Segundo dados lançados pelo Eurostat, as mulheres espanholas recebem salários inferiores aos dos homens pelo mesmo trabalho no setor público e menos 19% no setor privado.
Várias figuras femininas da política espanhola como Alda Colau ou Manuela Carmena, presidentes das Câmaras de Barcelona e Madrid, respetivamente, decidiram juntar-se à causa. Penélope Cruz, nascida e criada em Espanha, cancelou todos os eventos públicos planeados para este dia.
Pela primeira vez, alguns sindicatos e alguns partidos políticos apoiaram a causa feminina. De entre os sindicatos existentes em Espanha, dez vão aderir à greve, mas dois pediram aos seus membros que apenas protestem e parem a sua atividade laboral durante duas horas (União Geral dos Trabalhadores e as Comissões Obrera).
Na esfera política, o Partido Popular, movimento conservador de centro-direita, que está no poder em Espanha desde 2011, afirma que esta manifestação não serve as mulheres reais, mas sim apenas "as elites femininas".
Segundo uma sondagem do "El País", realizada antes da manifestação, 82% da população apoia a greve das mulheres e 76% defendem que, no geral, as espanholas têm vidas mais difíceis que a dos homens.
Este protesto inspirou-se na greve de 1975, na Islândia, onde 90% das mulheres se recusaram a trabalhar, cuidar dos filhos e realizar tarefas domésticas com o objetivo de lutarem pela igualdade salarial. Muitas empresas, fábricas e lojas viram-se obrigadas a fechar pela falta de trabalhadores, os pais viram-se obrigados a levar os filhos para o trabalho e as salsichas em lata esgotaram dos supermercados. Cinco anos depois, foi na Islândia que pela primeira vez uma mulher foi eleita presidente, democraticamente.
ATUALIDADE
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