um poema na vila:
a poesia e a música na rádio
Não há passado ou presente
Nem há hora tão tardia
Em que a rádio não invente
Uma nova melodia
Pode ir escrevendo o futuro
Pode às vezes dar saudade
Mas é nela que eu descubro
Um sabor a novidade
Com ela senti o valor da amizade
No final de uma canção
Antes de vir a seguinte
O silêncio é a paixão
Entre a rádio e o ouvinte
Entre o drama e a comédia
Na aldeia ou na cidade
FM ou onda média
Ensinando a igualdade
E foi ela que anunciou a liberdade
Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada
A rádio é que me diz bom dia
Sei que a rádio é uma escola
Ouvimos o que ela diz
Desde os relatos da bola
Às notícias do país
E porque é nossa a vitória
A pé ou de bicicleta
A Rádio é que conta a História
De quem vai cruzar a meta
Quem a inventou com certeza era um poeta
Se a selecção sofre um golo
A rádio é que se levanta
E é ela que dá consolo
Se a tristeza se agiganta
Quando o sol ‘stá a cair
E a noite se inquieta
A rádio não vai dormir
Segue sempre em linha recta
É uma paixão que o coração quer secreta
Nas horas de festa
A rádio empresta
Um não sei quê de alegria
Em contradição
Quando há solidão
Ela é que me faz companhia
Mora aonde eu moro
Chora quando choro
E ri porque quer que eu me ria
Não me pede nada
E de madrugada
A rádio é que me diz bom dia.