Poemas um poema na vila | Page 3

um poema na vila: a poesia e a música na rádio Não há passado ou presente Nem há hora tão tardia Em que a rádio não invente Uma nova melodia Pode ir escrevendo o futuro Pode às vezes dar saudade Mas é nela que eu descubro Um sabor a novidade Com ela senti o valor da amizade No final de uma canção Antes de vir a seguinte O silêncio é a paixão Entre a rádio e o ouvinte Entre o drama e a comédia Na aldeia ou na cidade FM ou onda média Ensinando a igualdade E foi ela que anunciou a liberdade Nas horas de festa A rádio empresta Um não sei quê de alegria Em contradição Quando há solidão Ela é que me faz companhia Mora aonde eu moro Chora quando choro E ri porque quer que eu me ria Não me pede nada E de madrugada A rádio é que me diz bom dia Sei que a rádio é uma escola Ouvimos o que ela diz Desde os relatos da bola Às notícias do país E porque é nossa a vitória A pé ou de bicicleta A Rádio é que conta a História De quem vai cruzar a meta Quem a inventou com certeza era um poeta Se a selecção sofre um golo A rádio é que se levanta E é ela que dá consolo Se a tristeza se agiganta Quando o sol ‘stá a cair E a noite se inquieta A rádio não vai dormir Segue sempre em linha recta É uma paixão que o coração quer secreta Nas horas de festa A rádio empresta Um não sei quê de alegria Em contradição Quando há solidão Ela é que me faz companhia Mora aonde eu moro Chora quando choro E ri porque quer que eu me ria Não me pede nada E de madrugada A rádio é que me diz bom dia.