50 . A expansão do sistema educativo constitui um pilar fundamental para a melhoria do desenvolvimento humano dos angolanos . O sistema educativo nacional registou , em sete anos , um aumento de 2,5 milhões de alunos . Em 2009 , o sistema tinha inscritos 5,8 milhões de estudantes , número que cresceu para cerca de 10 milhões no ano lectivo 2018 . A taxa de alfabetização de jovens e adultos atingiu 75 %, quando no início do século não chegava aos 50 %. Nos últimos anos , estiveram , em média , mais de 800 mil alunos em programas de alfabetização .
51 . A frequentar o ensino especial estiveram quase 27 mil alunos e no ensino pré-escolar cerca de 800 mil alunos , ensino que quase não existia no final do século passado . No ensino primário foram ultrapassados os 5 milhões de alunos , com uma taxa bruta de escolarização ( 144 %) que quase triplica a verificada no início do século . No ensino secundário já existem cerca de 1,1 milhões de alunos , duplicando a taxa bruta de escolarização , que atingiu já o elevado nível de 61 %. O número de alunos no ensino superior ultrapassa os 200 milhares , com uma taxa bruta de escolarização de 10 %, que quase quadruplicou o nível de 2000 .
52 . Os efeitos das políticas adoptadas nos últimos 20 / 25 anos estão já patentes na escolaridade completa dos jovens dos 18 aos 24 anos . Cerca de 34 % do grupo etário 18-24 anos tinha a escolaridade completa do ensino primário , 29 % o 1 .º ciclo do ensino secundário e 13 % o 2 .º ciclo deste nível de ensino . Apesar destes avanços , constata-se que ainda existem milhares de crianças fora do sistema de ensino . As razões são a falta de salas de aula ou a existência de salas em condições precárias e a falta de professores com boa formação .
53 . Os resultados alcançados no Índice de Desenvolvimento Humano expressam também os progressos registados a nível sanitário , sendo de evidenciar : a taxa de mortalidade infantil de 80 por 1000 nadovivos , quando em 2009 ultrapassava os 180 ; a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos passou de quase 300 por 1000 nado-vivos no início do século para cerca de 120 ; a percentagem de crianças não vacinadas com a DTC-tripla e contra o Sarampo , em 5 anos caiu , respectivamente , de 19 e 21 %, para 1 e 3 %. Também a taxa de morbilidade devido à malária caiu de quase 25 % para 15 %, a Pólio está erradicada e a Lepra quase ; a operação de prevenção contra o Ébola foi bem-sucedida .
54 . O País continua , porém , a registar um número muito elevado de casos de cólera , em consequência de condições e hábitos sanitários e de saneamento básico e , mais recentemente , de febre-amarela e malária . No final de 2015 e início de 2016 , registou-se uma grave reincidência da febre-amarela , com elevada morbilidade , para cujo combate o Executivo teve de mobilizar meios excepcionais , a nível interno e externo . Quanto à prevalência de VIH-SIDA , os dados disponíveis apontam para uma taxa de 2 % na população entre os 15 aos 49 anos , valor inferior aos restantes países vizinhos da SADC .
55 . O estado de nutrição dos angolanos , em especial das crianças , continua a ser uma questão grave , uma vez que 38 % das crianças sofrem de malnutrição crónica moderada e 15 % de malnutrição grave , situação que se agrava mais nas áreas rurais 3 .
56 . Finalmente , à data do Censo , 75,4 % da população angolana vivia em casa própria , e apenas 19,2 % em casas alugadas . Perto de 70 % dos agregados familiares vivem em casas autoconstruídas ( construídas pelo próprio ) em especial nas áreas rurais ( 91,3 %), o que reflecte um maior acesso à terra .
57 . Estima-se , por outro lado , que cerca de dois terços da população angolana têm acesso a água potável e a um dos sistemas de saneamento básico apropriado ( apenas cerca de 20 % com acesso a um sistema de esgoto com pia ou sanita ), 45 % a electricidade , mais de 75 % a rede de telemóvel e mais de 25 % a internet .
3 INE , Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde ( IIMS ), 2015-2016
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