CONTEXTUALIZAÇÃO
De acordo com o Relatório do Semestre Europeu de 2019 referente a Portugal, que
acompanhou a Comunicação da Comissão Europeia em fevereiro de 2019 1 , o país atravessa
uma fase positiva e de desenvolvimento: “O desempenho económico positivo, combinado com
as reformas realizadas anteriormente, tem permitido que Portugal consiga fazer face aos
desafios estruturais.”
Porém, vários desafios e dificuldades ainda se colocam, nomeadamente ao nível do
crescimento sustentável, da qualificação e da inclusão:
• Investimento: “Portugal tem uma das mais baixas taxas de investimento da UE. O
investimento em investigação e desenvolvimento recuperou recentemente o seu
dinamismo, mas continua a ser insuficiente para melhorar o panorama português a
nível da investigação e inovação. Investimentos na eficiência dos recursos
contribuiriam para assegurar um crescimento sustentável a longo prazo.”
• Qualificações: “O baixo nível de qualificações dos trabalhadores constitui um
obstáculo ao investimento e ao crescimento da produtividade. O pleno aproveitamento
do potencial da mão de obra requer igualmente o reforço dos serviços públicos de
emprego e políticas ativas do mercado de trabalho que sejam eficazes. A falta de
competências digitais da população prejudica a sua inclusão na sociedade e a sua
empregabilidade, reduzindo o potencial para uma produtividade mais elevada.”
• Desigualdades: “O Painel de Indicadores Sociais que acompanha o Pilar Europeu dos
Direitos Sociais destaca alguns desafios para Portugal. Embora o recente desempenho
do mercado de trabalho tenha registado uma melhoria significativa das taxas de
emprego e de desemprego, a desigualdade de rendimentos continua a ser elevada e a
eficácia das transferências sociais (para além das pensões) na redução da pobreza
permanece limitada. Além disso, apesar de uma recente melhoria, a elevada taxa de
abandono precoce do ensino e da formação aponta para desafios no domínio da
educação.”
• Pobreza: “Com a melhoria das condições de trabalho, a percentagem de pessoas em
risco de pobreza ou exclusão social diminuiu em 2017, situando-se agora abaixo dos
níveis anteriores à crise. No entanto, a taxa de pobreza das pessoas que trabalham
continua acima da média da UE. Com exceção das pensões, as transferências sociais
não se mostram eficazes em retirar as pessoas da situação de pobreza.”
Ciente de que a capacidade da Instituição para provocar um efetivo desenvolvimento
social depende também da ação de outros agentes institucionais geradores e aplicadores de
conhecimento, o trabalho em parceria e o fomento de um diálogo inster-institucional
constante têm sido um apanágio no trabalho da Cáritas de Coimbra nos anos mais recentes.
O modelo da Hélice Tripla que focava as relações entre universidade-indústria-governo
como estratégia para incentivar a dinâmica da inovação tem vindo a evoluir, fortalecendo-se
com novos modelos de geração do conhecimento, incluindo a sociedade civil como ator
fundamental - Hélice Quádrupla. Aqui, a sociedade civil é compreendida como utilizadora da
inovação, tornando as pessoas / o cidadão como o ponto focal deste modelo.
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https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/file_import/2019-european-semester-country-report-portugal_en.pdf
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