queria da Barbie, e ele queria dar carrinho." Gonzales interveio: "Incentivar é uma palavra cruel Quem é que vai acordar e pensar 'Hoje eu vou incentivar meu filho a mudar de gênero?'" Renato consentiu: "No passado eu queria mesmo mudar isso. Mas o Miguel está muito feliz de vinte dias para cá. Vendo esta felicidade, eu não tenho como ser contra."
A assistente social agradeceu pelo relato e perguntou se havia outros novatos no grupo - formado, em sua maioria, por casais heterossexuais entre 30 e 40 anos de idade. Uma mulher levantou a mão: "Meu nome é Patrícia, tenho uma filha de 5 anos que nasceu biologicamente menino. Ela escolheu ser chamada de Isabela ." Outra mãe a interrompeu, animada: A minha também escolheu ser Isabela!"
Miguel, agora Melissa, escreveu uma carta, a pedido de um blog.
Terminava da seguinte forma:
Muitas crianças iiguais a mim estão me procurando para me pedir ajjuda e isso é muito triste porque têm casos que os familiares não entendem , mas estou feliz em poder ajudar. É por causa disso tudo que decidi fazer a entrevista (para um quadro do Fantástico), e por isso que sou quem eu sou e não tenho vergonha de assumir nada.
Obrigada a todos que me apoiam, e os que estão falando mal de mim e da minha famíilla, espero que um dia entendam que não faço nada para prejudicar ninguém, sou apenas como sou: Feliz"
"Outro dia revi umas fotos antigas da Melissa e chorei. Mas, por outro lado, não consigo mais falar dela no masculino. Antes eu me referia a ela como Miguel. Hoje, não.
Mel quis explicar para a turma do colégio como era ser transgênero. "A Luiza, minha melhor amiga, tinha dito que se eu não conseguisse ela me ajudava."