É de notar essa ideia que Gaarder procura em Kant, porque não há certezas se os impertaivos são suficientes para que ação humana no mundo seja mais bem orientada. Entretanto, é certo que os organismos internacionais e os filósofos mundializados recorrem a Kant e ao imperativo universal quando querem fazer eco à idéia de tolerância. Está lá, em todos os textos da Unesco. Em um mundo globalizado, a urgência de se saber conviver com as diferenças e a premência em se praticar o respeito e a convivialidade civilizada são valores humanos universais que poderiam consubstanciar aquela declaração de deveres, pois esses são valores importantes.
por ocasião da comemoração deste Dia Mundial da Filosofia, é digno de nota. Segundo Gaarder, pensando na Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), talvez seja tempo de pensarmos em uma Declaração Universal dos Deveres Humanos, tal como Kant teria sugerido quando pensou em um imperativo universal para estabelecer a união planetária entre os povos.
Esses temas dão um alentado programa de ação para a filosofia, os quais podem ser resumidos em apenas um: fazer ver.
Porque ver? Porque a filosofia é atitude. Ela não é só discurso. Não é mera contemplação. Nem puro ócio. Como disse Sêneca nas Cartas a Lucílio:
“A filosofia ensina a agir, não a falar”.
Mas, compreendendo que o falar é uma forma de ação humana, um modo de se dizer o que se vê, sou da opinião de que o que Jostein Gaarder, filósofo norueguês, escreveu para a Unesco,