Entraves
Em junho de 2019, Mercosul e União Europeia comemoraram entendimento após vinte anos de discussão. O acordo tem elementos importantes voltados para questões ambientais. Um dos capítulos assegura desenvolvimento sustentável e comércio, onde as duas partes reafirmam os compromissos em relação a uma série de temas ambientais. Incorpora regras especificas sobre direitos humanos, direitos de minorias e respeito ao meio ambiente.
Segundo afirma Jordi Cañas, eurodeputado espanhol, relator do acordo no parlamento europeu, o acordo “gera um vínculo transatlântico fundamental a curto, médio, e longo prazo, em nível político, comercial, social, econômico, sem dúvida, e em nível humano”.
No entanto, o governo de Jair Bolsonaro vem trazendo entraves para a continuidade deste entendimento. O presidente vem negando as queimadas, que tiveram recordes históricos: mais de 10 mil km² somente nos primeiros 9 meses do seu governo. Quando parou de negar a existência de fogo na Amazônia, passou a culpabilizar as ONG’s pelas queimadas. Seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou em reunião ministerial, que deveriam aproveitar a pandemia para “passar a boiada”, afrouxando regras ambientais. Em resposta à declaração do ministro, parlamentares da Áustria e da Holanda aprovaram moções contrárias às ratificações do acordo, e dezenas de parlamentares europeus assinaram uma carta, criticando as políticas ambientais do país.
Veja na íntegra a entrevista do relator ao BBC News Brasil:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53470391
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PATHOS / V.. Especial , Set. 2020 88