o poder de cândida pra tacar na cara do coronavírus até ele morrer de vez. Eu mataria ele, assim limparia o mundo todo e o corona vírus não iria existir.Eu faria um monte de lojas com álcool em gel e máscaras para todo mundo e daria água e sabonete para os mais necessitados, assim acabaria com o coronavírus. Eu faria todo mundo colaborar ficando em casa e usando o que deve usar, porque eu acho que quem não ficar em casa vai pegar o COVID. Eu faria então um vídeo também para falar para o pessoal não sair de casa, só quem precisa e também só sair para comprar álcool. Eu construiria também uma torre super alta, com uma placa gigante escrito: Lave suas mãos e use máscaras quando sair. Eu ia falar para as pessoas se prevenir pra trazer a felicidade de volta”.
Análise:
Assim como no primeiro discurso, novamente elementos de racionalização no relato das crianças tornam-se presentes. Padrões de limpeza, higiene e controle sanitário são encontrados nesse discurso. Características mais obsessivas são também observadas, situação essa que pode ser considerada uma manifestação esperada no universo infantil como, por exemplo, quando encontramos padrões e rituais em brincadeiras, preferências por cores, seleção alimentar, entre outros comportamentos de controle no cotidiano. Contudo, o que nos chama a atenção é a saída utilizada por parte da amostra pesquisada aqui representada, isto é, uma espécie de supercontrole, denotando elementos de angústia frente a realidade.
Nesse quesito, foi percebido pouco espaço para o brincar fantasioso, elemento esse esperado como saída de saúde. Embora reconheçamos que tais crianças fantasiam situações envolvendo água, sabão e álcool gel, os elementos utilizados para a construção de tal cenário parecem denotar também movimentos de racionalização como defesa. Como consequência, percebemos que a magia da fantasia não ganha muito espaço e protagonismo nesse discurso.
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PATHOS / V.. Especial , Set. 2020 32