A metodologia do DSC já foi utilizada em diversos contextos, como por exemplo, na área da saúde na Argentina (LEFÈVRE, 2000; 2003; 2007), na área de promoção de saúde e vigilância sanitária (LEFÈVRE, 2005), no trabalho com sexualidade, prevenção e assistência (LEFÈVRE, 2010), com profissionais da saúde no comparativo entre Brasil e Espanha (MEDEIROS, 2014), em adolescentes em conflito com a lei (RENTES, 2017), entre outros contextos.
Lefèvre (2014), afirma que trabalhos como esses são necessários para ofertar ao público pesquisado o direito de serem protagonistas em sua fala, uma espécie de provocação e crítica frente a sociedade, e no nosso caso, ao modelo adultocêntrico, por vezes ainda vigente em alguns contextos. Com isso, nosso estudo buscou atingir a oportunidade de demonstrar um pouco o que pensam e sentem as crianças frente a atual pandemia mundial.
Tal técnica de coleta de dados resumidamente se apresenta da seguinte forma:
1.A amostra a ser pesquisada é selecionada;
2.Criamos uma pergunta-chave;
3.A pergunta possui o intuito de fazer com que o participante se identifique, e partir daí, possa opinar, projetando seus conteúdos psíquicos em sua resposta;
4.Inserimos depois as respostas em uma plataforma de um software específico que tem por finalidade agrupar o material coletado;
5.Na sequência se começa a extrair das respostas a ideia central de cada sentença, ou seja, o que tem de mais relevante e expressivo no material coletado de cada participante;
6.Em seguida se atribui uma categoria para cada ideia central do material coletado, algo que possa representar inicialmente o discurso do sujeito.
7.Na sequência, agrupamos as falas por categoria e chegamos à construção do discurso representativo da amostra estudada.
8.Com o discurso de cada categoria montado, interpretamos e qualificamos os mesmos.
9.Dessa forma chega-se ao Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e as representações sociais dos sujeitos acerca do objeto temático estudado.