Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 12 | страница 17

Quanto à atuação do psicólogo

No que diz respeito à atuação do psicólogo, este pode auxiliar os genitores alienados a fortalecerem-se e a resgatarem sua autoestima, visto que muitos se sentem desorientados e deprimidos, e alguns chegam até a tentar suicídio. Além disso, o psicólogo pode ajudá-los a enfrentar o desgaste emocional causado por um processo judicial, inclusive no que diz respeito a seu comportamento em audiência.

Além disso, ressaltaram-se nesta rubrica tanto a importância de o psicólogo poder extrapolar um pouco seu papel de terapeuta e intervir no âmbito psicossocial e psicojurídico, fornecendo aos genitores informações em relação a seus direitos, quanto a necessidade de a Psicologia admitir a existência da alienação parental, a qual ainda é negada por vários psicólogos.

Quanto ao genitor alienador

Quanto aos métodos utilizados pelo genitor alienador, destaca-se sobretudo a falsa acusação de abuso sexual, visto que a mera alegação enseja de plano uma liminar que afasta o genitor alienado/acusado do convívio dos filhos ou que dificulta essa convivência, impondo uma visita assistida. Além da eficácia imediata que acarreta o afastamento, essa medida é de difícil reversão e gera processos complexos e morosos.

Outros métodos largamente utilizados são a não resposta a telefonemas e solicitações de contatos, boicote ao direito de convivência (por exemplo, sonegando informações importantes sobre eventos escolares e festividades), comportamento vitimizado por parte do alienador perante seus filhos, fazendo-os sentirem-se culpados quando estão na companhia do genitor alienado, e chantagens financeiras por parte do alienador, forçando o alienado a fazer concessões pecuniárias como forma de poder ampliar ou manter o contato com os filhos.

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PATHOS / V. 12, n.02, 2020 16