Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 12 | Page 13

Na busca por material sobre o tema em outros países, encontraram-se tanto literatura quanto sites de associações de pais separados focando de maneira geral na melhoria das relações entre filhos e pais não conviventes, mas não de maneira específica na relação entre genitor alienado – independentemente do gênero - e filhos.

Tome-se por exemplo o Instituto Austríaco de Estudos sobre a Família da Universidade de Viena1, o qual publica mensalmente desde 1995 o caderno Beziehungsweise2, dedicado a temas relativos à família e aos estudos e pesquisas atinentes a esta instituição. Em duas publicações relativamente recentes (07/2003 e 13/2007), em língua alemã3, o Instituto informa quase não existir nesse idioma literatura a respeito. Além disso, ressalte-se que nessas duas publicações há menções de que o afastamento dos filhos pode provocar no genitor não convivente sérias consequências, como maior propensão ao suicídio, apatias, fobias e depressões4.

Outro exemplo recente vem da Itália, com a publicação em 2012 de um livro de autoria da jornalista Carlotta Zavattiero5 relatando de forma ainda inédita naquele país a situação dos pais separados, descrevendo-a como “un drama sociale sottovalutato”6 (Zavattiero, 2012, p. 9). Embora sua obra foque de modo geral na situação social e jurídica dos pais separados na Itália, a autora dedica uma parte do primeiro capítulo à alienação parental e à SAP.

Neste contexto, observa-se que já há em vários países estudos sobre a situação social, jurídica e econômica de pais separados, mas num enfoque global, não se concentrando na situação específica de genitores, independentemente do gênero, afetados pela alienação parental (Sousa & Brito, 2011; Zavattiero, 2012; Rinaldi & Vivian, 2016).

Σ

PATHOS / V. 12, n.02, 2020 12