Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 12 | Page 43

“Minhoca, minhoca me dá uma beijoca,

Não dou, não dou, então eu vou RESPEITAR

Minhoco, minhoco você é um bom moço,

me sinto respeitada, meu muito obrigada".

Tenho que dizer que não sou a autora dessa nova versão, mas me apropriei de sua lógica desconstrutiva em minha prática de trabalho. Tenho buscado imprimir essa ideia em minhas atividades, desde a aquisição de conteúdos e preparação das aulas, até as conversas informais com crianças e colegas de trabalho.

Acredito que a escola, desde a educação voltada a primeira infância, pode ser uma ferramenta de mudança social, de desconstrução da ideia de uma suposta submissão feminina frente ao desejo do homem, e de enfrentamento ao tóxico embrutecimento dos meninos, o qual cerceia-os da livre expressão de suas emoções. Como uma espécie de sementinha, a Educação Infantil para os Direitos Humanos poderá florescer na criança enquanto adolescente e adulto. Quem sabe, assim, poderemos encontrar no futuro um cenário menos violento e sofrido para mulheres e homens. Para além do respeito à mulher e da desconstrução do machismo, outros temas são urgentes, como a diversidade sexual, racial, cultural e religiosa de nossa sociedade, assuntos infelizmente considerados tabu na educação infantil, mas extremamente necessários, afinal, é de pequeno que se "destorce" o pepino!

PATHOS / V. 12, n.02, 2020 42

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