Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 84

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PATHOS / V. 07 n.01, 2021 83

Foi a partir da experiência dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) até 2015 que a Agenda 2030 foi construída com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A ideia de sustentabilidade reporta ao ano de 1987 a partir do Relatório Nosso Futuro Comum (Alves, 2015). O desenvolvimento sustentável foi definido como um tripé que agrega o socialmente justo, o economicamente inclusivo e o ambientalmente responsável (Alves, 2015).

 Uma das críticas mais importantes aos ODM e aos ODS  está na invisibilidade de outras problemáticas globais, entre elas a violação de direitos do segmento LGBT os direitos sexuais e reprodutivos, o crescimento dos crimes de ódio às minorias e dos atentados à ordem democrática. Alguns dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) têm se repetido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) mostrando sua importância e dificuldade de alcance.

          Não obstante, a Agenda 2030 (ONU, 2015), criada em 2015, possui um viés articulista com a economia hegemônica, a demarcação na produção de mercadorias e riquezas, portanto, pautada no acúmulo do capital.  Mesmo que uma de suas chamadas seja a erradicação da extrema pobreza no mundo, as metas e indicadores se pautam mais pela economia culturalmente centrada do que pelo seu impacto nas humanidades.  Nesse sentido, o excesso do fator economicista reduz as problemáticas das ODS a uma circunstância particular da geração de riqueza. Como exemplo dessa contradição destaca-se que protocolos ambientais importantes como o Protocolo de Kyoto ainda não assinado por países cuja produção de poluentes é grande.