Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 8

Editorial

Ser ou não-ser LGBTQIA+?

  

A construção dialógica dessa pergunta tenciona fatores diversos imbricados em reais possibilidades de existência, seja ela subjetiva, social, cultural e até mesmo jurídica. Poder Ser LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/travestis, queer, intersexo, assexual, entre outras possibilidades e variações de existência) impacta, por vezes, em prenúncios de arranjos e tropeços que levariam tal experiência de Ser para um lugar ainda guetificado, violento, opressor, cruel, adoecido e até mesmo criminalizado mediante o ambiente social constituído.

O que quero dizer é que tal existência, infelizmente, ainda seria pautada pela ausência de políticas públicas efetivas que garantissem ao sujeito LGBTQIA+ uma possibilidade de existir no mundo como qualquer outro cidadão de direito, haja vista, como exemplo, a pouco eficiência, despreparo das autoridades e negligência acerca dos crimes de lgbtfobia no Brasil, como também dados subnotificados, pouca ou nenhuma assistência as vítimas e famílias, entre outros fatores degradantes. O próprio fato de ser imprescindível a criação de uma lei específica para crimes de lgbtfobia já denotaria que algo muito errado ocorre em nossa sociedade.

PATHOS / V. 07, n.01, 2021 07

Σ

Baixar