Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 78

INTRODUÇÃO

 

Em 2015, 193 Estados-membros das Nações Unidas adotaram a Agenda 2030 compromissados que em seus governos existiriam planos voltados às metas para a consolidação de um mundo melhor e mais justo. No entanto, embora o documento trate das populações mais vulneráveis, não há o que celebrar para o segmento LGBT1 que está à margem do documento.

O tom conciliador da ONU esbarra nas barreiras culturais dos países e na necessidade de negociações em maior profundidade como uma espécie de maior ajuda humanitária para abolição da pena de morte para homossexuais em suas legislações. O segundo passo é a longo prazo, pois diz respeito à mudança cultural na história das mentalidades.

Nos últimos anos a direita conservadora tem obtido resultados eleitorais expressivos em países centrais europeus. Em 2016 o Reino Unido elege como primeira-ministra Theresa May  a representante do Partido Conservador. No mesmo ano um partido de centro direita assume a presidência da França, ficando em segundo lugar expressiva votação da extrema direita, que apesar de não se eleger, firmou-se como marco do conservadorismo europeu. No quarto mandato consecutivo a chanceler federal da Alemanha é a chefe da União Democrata Cristã. No caso específico alemão registra-se ainda a ascensão de um partido de extrema direita, a AfD (Alternativa para a Alemanha) conquistando representatividade no parlamento, algo inédito desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os três exemplos mantém pontos em comum que unificam discursos e políticas. Tem como centralidade posicionamentos de indisfarçável preconceito e discriminação, passando pela xenofobia, sexismo e homo-transfobia.

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PATHOS / V. 07 n.01, 2021 77