Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 36

Ainda mediante a questão-caso 2, vemos também que parte dos participantes da pesquisa ainda podem denotar certa desconfiança da eficácia da PrEP ou mesmo desconhecimento, sendo apenas beneficiados pela medicação, mas não possuindo maior clareza de seu mecanismo de ação e garantia de uso. Tais dados podem apontar ainda uma maior necessidade de esclarecimentos por parte dos agentes de saúde em relação às orientações dadas aos usuários e a necessidade também de maior publicidade e ações educativas acerca dos benefícios e eficácia da PrEP.

 

As categorias a seguir compreendem as respostas à questão-caso 3: “Bruno não contou para nenhum dos seus amigos e nem para seu namorado que está pensando em fazer o uso da PrEP. O que você acha que Bruno está pensando?”. As categorias obtidas nessa questão-caso foram as seguintes:

 

 

A- Medo/Receio de sofrer preconceito (N=25; 69,4%)

Discurso: “Bruno tem medo de ser julgado pelo uso da PrEP, sobretudo devido ao estigma associado ao HIV, de sofrer preconceito das pessoas, não ser compreendido e ser estigmatizado como promíscuo”.

 

B- Privacidade (N=7; 19,4%)

Discurso: “É direito do Bruno contar ou não sobre o uso de um medicamento, isso diz respeito à sua privacidade. Além disso, Bruno não precisa da aprovação dos outros, pois sua escolha da estratégia de prevenção cabe apenas a ele”.

 

C- Falta de confiança no parceiro/traição (N=3; 8,3%)

Discurso: “Bruno tem medo de ser traído pelo namorado e se contaminar pois não confia totalmente no mesmo, ou quer ter maior liberdade para relações fora do relacionamento”.

Σ

PATHOS / V. 07, n.01, 2021 35