Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 29

F- Não respondeu (N=7; 19,4%)

           

Após a análise dos discursos apresentados como resposta à questão-caso 1, verificou-se que a maior parte deles compartilha de noções centrais associadas aos conceitos de “Cuidado/Prevenção” (Categoria A) (N= 12; 33%), a partir dos quais a reação de Nathália ao saber que sua amiga Karen está fazendo o uso da PrEP é a de compreender essa atitude como uma boa forma de prevenção. Esse discurso coletivo sobre a PrEP traz a representação social que mais se aproxima de fato da realidade do tratamento proposto pela profilaxia pré-expositiva, uma vez que esta se insere em uma estratégia mais ampla de prevenção à infecção pelo HIV, trazendo ao usuário um maior controle sobre seu grau de exposição, e que segundo Zucchi, et al. (2018), conferem uma dimensão da liberdade e autonomia maior ao indivíduo ao poder reduzir conscientemente seus riscos, sem que isso signifique necessariamente mudar a forma como esse indivíduo experimenta seu desejo e liberdade sexual, tornando-os mais apropriados de sua própria sexualidade e da maneira que ela se expressa.

C- Depende da clareza e do entendimento da informação (N=4; 11%)

Discurso: “Depende de como foi exposto para ela, do que Nathalia absorveu de informações. Nathalia pode ter ficado confusa pois há pouca divulgação do programa, muitas pessoas se confundem com as siglas; também precisa estar claro para as duas que a PrEP não é contraceptiva”.

 

D- Promiscuidade (N=3; 8,3%)

Discurso: “Nathália deve ter pensado que Karen é ou quer ser promíscua”.

 

E- Quem faz uso de PrEP já tem infecção por HIV ou tem maior exposição ao vírus. (N=7; 19,4%)

Discurso: “Nathália deve ter achado arriscado e perigoso, deve ter pensado que sua amiga transa exposta ao risco de HIV ou que já tem HIV e por isso faz uso deste medicamento, devido ao estigma do HIV”.

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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 28