Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 17

Quanto aos métodos mais recentes de profilaxia ao HIV, segundo informações disponíveis on-line pelo DCCI (Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis), a PrEP é um tratamento farmacológico de dois medicamentos combinados, que devem ser tomados diariamente pelo usuário antes do mesmo ter a infecção pelo vírus HIV, denominados também como soronegativos, ou seja, a PrEP não deve ser tomada por indivíduos que já tenham a infecção pelo vírus HIV. Diferentemente da PrEP, a PEP é uma “profilaxia de emergência”, e é um tratamento que deve ter início de duas a 72 horas desde o possível contato com o vírus HIV, geralmente indicado desde situações que envolvem violência sexual, como também relação sexual sem proteção, contágio biológico, entre outras. Dessa forma, hipoteticamente, se um usuário regular de PrEP vivencia uma situação envolvendo abuso sexual ou alguma relação sexual desprotegida, o mesmo não necessitaria fazer uso da PEP, uma vez que já estaria protegido em relação a um possível contágio pelo vírus HIV.

Tanto a PrEP quanto a PEP inserem-se em uma estratégia mais ampla das autoridades de saúde pública chamada de prevenção combinada, segundo informações disponíveis on-line do DCCI. Prevenção combinada significa que um método preventivo não elimina o outro necessariamente, pelo contrário, podendo ser utilizado dependendo da circunstância de maneira simultânea. Por exemplo, um indivíduo poderia fazer uso da PrEP e ainda assim, se quiser, utilizar a camisinha, uma vez que a PrEP ofertaria uma prevenção exclusiva acerca da infecção do HIV e não protegeria o indivíduo de outras infecções e doenças sexualmente transmissíveis (ISTs e DSTs). Contudo, a escolha pelo melhor protocolo de prevenção, combinada ou não, não deve seguir padrões moralistas, engessados ou mesmo preconceituosos. A prevenção combinada atua simultaneamente em níveis individuais, comunitários, sociais e de relacionamento/parcerias, e engloba diferentes abordagens de prevenção à transmissão do HIV, como as intervenções biomédicas, as comportamentais e as estruturais.

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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 16