Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 16

INTRODUÇÃO

A partir do mês de maio do ano de 2018, os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro dos 26 estados e do Distrito Federal passaram a oferecer à população o tratamento de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e de Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Estes tratamentos já eram oferecidos anteriormente em caráter piloto em algumas cidades do país e são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2012 conforme noticiado pelo Departamento de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde em dezembro de 2017 (com modificação do texto em janeiro de 2018).

O Brasil foi o primeiro país da América Latina a utilizar esta estratégia como medida de prevenção à infecção pelo vírus HIV, após um estudo realizado entre 2014 e 2016, envolvendo 450 participantes, que demonstrou a eficácia do medicamento e teve grande adesão por parte da população voluntária, conforme noticiado pela comunicação social do Instituto Fiocruz em texto publicado em março de 2018 (Portugal, 2018).

Profilaxia é um termo utilizado principalmente nas áreas da medicina e da epidemiologia, e diz respeito às práticas que evitam a contaminação e subsequente propagação de doenças, nesse caso, quando falamos de medidas de profilaxia relativas ao contágio pelo vírus HIV, nos referimos aos métodos de proteção. O mais difundido e até então eficaz seria o preservativo (camisinha) cujo uso como forma de prevenção ao HIV/Aids data da década de 1980 e apresentou-se como uma possibilidade da manutenção das práticas sexuais (Ayres, Calazans, Saletti & França, 2013 citando Pinheiro, Calazans & Ayres, 2006).

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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 15