Há uma relação com amalgama entre corpo, mente e desejo entre André e Hudson. André e Hudson parecem não se verem simultaneamente como objetos descartáveis um do outro. Isso é uma relação; o segundo é o lançamento do livro “Vulgar”; e o terceiro “O armário no armando”, com base no texto do filósofo Bataille, que mostra as diferentes experiências de sexo explícito em plataformas distintas de mídias.
Em especial, no Mix literário 2020, André fez o lançamento do livro que organizou, “Vulgar”, entrevistado por Alexandre Rabelo. Com o livro “Vulgar”, André Medeiros sintetiza todo esse ser estranho que a gente quer viver. Ser estranho e realizar vulgaridades é a partir do olhar do outro. A perspectiva do outro é que vai categorizar em normalidade ou estranheza. O vulgar e o não vulgar está no olhar moral do outro. O vulgar ainda poderia ser considerado um erro. E foi por esse caminho que André quis organizar o livro trazendo possíveis imagens erradas como forma de construção de algo com a intenção de errado. O que em verdade não é um erro, mas o real, o cru, aquilo que ninguém dá importância por estar cheio de afeto. Trabalhado, higienizado o afeto vai embora e fica mais fácil de ser um produto facilmente consumível. O vulgar que André traz é o produto que ainda não está pronto ou que tenha sido descartado para o consumo e verdadeiro na sua essência causa desconforto.
O que o livro faz pensar em questões como espinha dorsal: o erro ou vulgar não seriam o tratar o outro como objeto de consumo ao invés de corpo com desejo? O vulgar de André Medeiros é apenas uma luz de ética positiva da vivência o verdadeiro de cada um de nós em uma sociedade, sim ela mesma, estranha. A sociedade patriarcal, machista, racista, LGBTQI fóbica e reprimida sexualmente que é o vulgar e errado. A obra de Medeiros é sobre isso. Agradecido, nos despedimos e a entrevista foi finalizada.
COMO CITAR ESTE TEXTO
Almeida, C.R; Cardia, D. A.; Marino, A.S.; Rentes, R.; Teixeira, A.A. (2020) A perspectiva dos adultos acerca da pandemia do COVID-19. Pathos: Revista Brasileira de Práticas Públicas e Psicopatologia, vol. especial, 55-84.
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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 149