Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 135

Outra dúvida que tem surgido em pessoas que procuram nossa iniciativa é se o atendimento a pessoas LGBTQIA+ necessita ou dispõe de alguma especialização na psicologia. Esse pensamento é de certa forma excludente e discriminatório, pois se refere a pessoas da comunidade como diferentes em alguma maneira. O que existem são especializações e formações relacionadas a características de pessoas, como transtornos mentais (exemplo: ansiedade) ou áreas de atuação (exemplo: psicologia do esporte). Em resumo, o atendimento à comunidade LGBTQIA+ nada difere no que se diz respeito à pessoa como um indivíduo com sentimentos e emoções inerentes a qualquer ser humano.

Em relação ao atendimento clínico, traçando um paralelo à forma como é feita a busca pela nossa iniciativa, costumo dizer que o processo terapêutico não se inicia na primeira consulta com profissional, mas no momento no qual a pessoa se percebe com a necessidade de buscar ajuda e desenvolve o desejo de procurar psicoterapia. Tudo o que acontece deste momento até a primeira consulta se dá através de processos de comunicação. Por esse motivo, além da saúde mental, possuímos outro polo de trabalho que é a comunicação neutra e inclusiva, com intenção de propor ambiente neutro e ao mesmo tempo acolhedor desde o momento que surge a necessidade de buscar por esse serviço. Em todas as nossas comunicações com pacientes e também com profissionais, buscamos atuar de maneira inclusiva para todas as diversidades, não somente pessoas LGBTQIA+. Pensamos que ao trabalhar dessa maneira, estamos realmente integrando pessoas ao invés de criarmos novo “gueto” ou comunidade excludente, o que nos permite atingir todos os públicos.

PATHOS / V. 07, n.01, 2021 134

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