Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 127

A introdução de temas relacionadas a Saúde LGBTQIAP+ nos currículos dos cursos de graduação, bem como nos programas de residência e especialização profissional, é urgente para poder contribuir na formação de um profissional capacitado a compreender, acolher e contribuir para um atendimento mais humanizado de gays, lésbicas, bissexuais, tansgêneros, etc. Já o processo de desconstrução do profissional com sua formação acadêmica consolidada é mais complexo. Porém, o conhecimento da realidade dessa população, participação em oficinas de capacitação ao atendimento a esse público e intervenção positiva de colegas visando a mudança na percepção que esses profissionais têm são alguns exemplos de atitudes que podem ajudar nesse processo de mudança. Obviamente, atitudes explicitamente LGBTfóbicas devem ser investigadas e punidas cível e criminalmente, e a participação dos conselhos de classe combatendo tais atitudes é fundamental.

A partir do momento que esse paciente vivencia melhores experiências no atendimento, ele se permite assumir e relatar suas experiências mais detalhadamente na consulta. Assim ele se beneficia de uma maior compreensão pelo profissional do motivo pelo qual está se consultando, o que facilita uma intervenção com maior chance de sucesso na resolução do problema, seja ela comportamental, medicamentosa, cirúrgica, nutricional ou preventiva. Todo esse ciclo se perpetua positivamente para criar uma rede de acolhimento a essa população.