Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 126

Por muito tempo, essas pessoas foram estigmatizadas como "grupos de risco", sem levar em consideração o comportamento individual e a vulnerabilidade por muitos deles não terem acesso à informação em saúde e a métodos de prevenção combinada. A prática do sexo anal, por exemplo, nunca foi normalizada no meio médico e científico, sendo sempre considerada como fator de risco para outras doenças, que também são transmitidas pelo sexo oral ou vaginal.

Profissionais de enfermagem participam ativamente no acolhimento e cuidados dessa população, desde a atenção básica. Fisioterapeutas podem auxiliar na anodispareunia, ou seja, na dificuldade em ter relação anal receptiva com menor risco de lesões. Psicólogos, Psicanalistas e Psicoterapeutas lidam diretamente com as questões envolvendo identidade de gênero, violação de direitos, violências familiares, culturais e sociais, estresse de minorias, processos de lutos simbólicos, bem como podem atuar no processo de auto-aceitação e, em alguns casos, transformações como ocorre com muitos pacientes trans. São inúmeros os cenários no qual um maior entendimento integral do indivíduo LGBTQIAP+ pode contribuir para um maior acolhimento, assertividade no diagnóstico e precisão nas condutas terapêuticas.

FOTO: Sozavisimost