Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 124

                                     A CONSULTA DO PACIENTE LGBTQIAP+

 

        THE LGBTQIAP+ PATIENT'S APPOINTMENT

 

            LA CONSULTA DEL PACIENTE LGBTQIAP+

 

           

Por que os indivíduos LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros/travestis, queer, intersexo, assexuados/arromânticos, pansexuais e o + para todos os outros que não se encaixam em alguma letra da sigla) muitas vezes omitem sua orientação sexual ou de gênero em um atendimento? Afinal, a consulta com um profissional de saúde deveria ser um momento de confiança, no qual tal fato não deveria ser omitido, pois pode influenciar diretamente no processo de compreensão de saúde e doença desses pacientes.

  Já se sabe que esses indivíduos sofrem de maiores taxas de condições associadas com a sua saúde física e mental, comparado com outros indivíduos cisgênero e heterossexuais. Dente essas condições, podemos citar maiores taxas de ansiedade, depressão, tentativas de suicídio e abuso de tabaco, álcool e outras drogas1. A principal explicação para tal fato é o conceito de estresse de minoria, ou seja, indivíduos pertencentes a um grupo minoritário carregam uma bagagem emocional de experiências na qual sofreram algum tipo de discriminação ou mesmo o medo - totalmente justificável - de que possam vir a sofrer preconceito no ambiente familiar, de trabalho ou entre amigos (Schweiger-whalen et al, 2019). E esse estresse acompanha o paciente também durante o atendimento em saúde - 30% dos LGBTQIAP+ já sofreram algum tipo de reação indesejada pelo profissional ao se assumir durante uma consulta (Mccann & Sharek, 2014).

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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 123