Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 120

Silvetty – Eu escorregar num Shopping para pedir indenização (risos) Eu sou uma pessoa que vivo da minha arte, gostaria que tudo voltasse e eu continuasse a trabalhar muito, não só eu, mas todas as amigas, como todo mundo, porque a gente está vendo, com essa pandemia, muitas pessoas que estão ficando dentro da sua casa, depressivas, porque tem muita gente passando fome, tem gente ficando sem emprego, você vê hoje milhões de pessoas nas ruas, ou sem ter o que comer dentro de casa, eu não sei onde que vai dar tudo isso... E a gente está, eu vejo, assim, as minhas amigas, eu dou, aplaudo elas, tem umas que são batalhadoras, vivem fazendo live, todo final de semana, tem umas todos os dias, fazendo rifa, correndo atrás, porque as pessoas precisam sobreviver, entendeu? Então a gente tem que tentar de alguma maneira. A gente não sabe se isso vai para mais três meses, pra um mês, pra mais um ano... Tá muito difícil, tá muito difícil. Da gente não saber o que pensar, o que vai acontecer no outro dia. Só quero voltar a fazer o que melhor sei, promover o riso, poder dar risada acho que é um sinal de saúde, e nesses últimos tempo não tenho podido muito fazer isso pelas pessoas.

 

Ricardo – Eu acho que você toca em alguns pontos Silvetty que conversam muito com a proposta de nossa revista, que é falar de garantia de direitos, desigualdade social e saúde mental, e dessa forma, acredito que sua fala representa a importância da cultura e da arte na vida das pessoas, o quanto tudo isso deveria ser uma garantia enquanto política pública, enquanto profilaxia de saúde e bem-estar social.

Silvetty  – Sim, seria ótimo esse olhar de cuidado e de direito para todos, infelizmente tem muitas pessoas passando por tudo isso. Cara, tá tão difícil tudo porque, quando você se pega sozinho dentro da sua casa, que você fica lá sozinho, que a gente sabe que tem que ficar em casa mesmo, tem que usar máscara, álcool em gel, mas a gente não vê a hora disso acabar, da gente voltar a ser o que a gente era, então, a gente às vezes fica pondo um monte de coisas na cabeça, você deita sua cabeça no travesseiro e não consegue dormir, porque você começa a pensar num monte de coisas. O que a gente pede é essa vacina, para que todo mundo possa tomar e a gente ver no que vai dar tudo isso. É só uma questão de direito, parece simples, deveria ser, mas infelizmente não é.

 

Ricardo - Muito obrigado, queria te agradecer muito, muito mesmo, acho que vai muito rico e vai fazer muita companhia para muita gente.

 

Silvetty – Muito Obrigado pela oportunidade, espaço de fala e pelo delicioso convite.

 

Ricardo – Imagina Silvetty, nós da Revista Pathos é que te que agradecemos pela sua disponibilidade, generosidade, pelo seu tempo e por suas palavras, mais uma vez, muito obrigado.

PATHOS / V. 07, n.01, 2021 119

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