Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 80

Tais políticas geraram ainda mais desgaste e os movimentos reacionários de direita capitanearam o descontentamento das massas e lhes apresentaram seus caminhos sustentados por toda uma agenda conservadora.

 

MÉTODO

           Esse estudo pautou-se em análise documental, tendo como principal fonte o texto da Agenda 2030 da ONU. Para a análise, utilizou-se busca nas bases de dados Scielo e PubMED com o descritor “Agenda 2030”. Com a escassez de publicações nessas bases, realizou-se também uma busca aberta sobre a temática em site de busca.  Definiu-se como objetivos:

·         Analisar o texto da Agenda 2030 e a inclusão de pessoas LGBT e;

·        Discutir como a invisibilidade do segmento LGBT na Agenda 2030 gera mais agravantes, desigualdades e vulnerabilidades.

 

DESENVOLVIMENTO

A ausência do grupo LGBT no texto também pode ter relação com a distribuição desigual do poder e sua frágil representatividade em patamares altos de instituições.

A Agenda 2030 que nasce nesse cenário político, pode por um lado representar uma contra-resistência ao agravamento das desigualdades sociais, mas tem-se também a percepção de que não mencionar a população LGBT é uma estratégia política para angariar apoio entre os Estados-membros, sobretudo aqueles que por décadas insistem em criar barreiras jurídicas, econômicas e sociais ao estatuto de pessoa humana do segmento LGBT.

 

Trilhões de dólares estão sendo gastos para materializar a Agenda 2030, para aliviar os problemas mais urgentes do mundo, como pobreza, desigualdade, acesso ao emprego, educação, saúde e habitação. Essas questões afetam de forma desproporcional a comunidade LGBT. Sem a inclusão e participação significativas das pessoas LGBT nesse plano, a Agenda 2030 nunca será alcançada (Instituto RFSL, 2019a, p. 1).

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PATHOS / V. 07 n.01, 2021 79