Segundo as informações disponibilizadas na seção “Perguntas Frequentes - Quem pode usar a PrEP” pelo site do DCCI do Ministério da Saúde, a PrEP é prescrita para pessoas com maior chance de ter contato com o vírus HIV, as populações-chave segundo este critério são homens gays e HSH (homens que fazem sexo com homens), pessoas trans, trabalhadores (as) do sexo e parcerias sorodiscordantes (quando entre parceiros sexuais uma das pessoas tem a infecção pelo HIV e a outra não).
Faz-se pertinente apontar, em relação ao boletim epidemiológico de HIV/Aids entre o ano de 2007 e junho de 2019, que das infecções por HIV registradas por homens, 31,4% são decorrentes de exposição heterossexual, ainda segundo este mesmo boletim, quase um terço (31%) das infecções pelo vírus HIV foram de mulheres, sendo que 86,5% dessas infecções se deram devido a relações heterossexuais, o que apesar de não corresponder à maioria da amostra, aponta para a necessidade de se rever o conceito exclusivista de populações-chave caso haja interesse em se criar um debate e campanhas mais abrangentes sobre a prevenção ao HIV e às outras ISTs no país. Esses dados também podem indicar que essas populações possam não estar sendo devidamente contempladas com informações acerca de métodos de profilaxia combinadas como a PrEP por não serem consideradas populações-chave.
Aqui pode-se levantar um questionamento acerca desses critérios para definição das populações-chave: Eles podem muitas vezes não corresponder à realidade total de nossa sociedade e acabar por não considerar outros fatores que independem dessas classificações, como comportamentos sexuais não necessariamente homossexuais que facilitam a contaminação pelo HIV.
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PATHOS / V. 07, n.01, 2021 26